Sócrates é reconhecido como um grande filósofo, mas poucos sabem que ele era também exímio escultor. Um dia recebeu Sócrates um pedido do prefeito de Atenas para esculpir a estátua de uma ninfa a ser colocada num bosque ao pé de uma fonte.
O filósofo aceitou a encomenda.
Sem tardança, mandou vir de Paros o bloco de mármore branco, e pôs mãos à obra. Depois de mentalizar imensamente e efígie da ninfa, empunhou o martelo e foi desbastando o bloco de mármore. Grandes lascas voaram para a direita e para a esquerda da oficina.
Após esse trabalho rústico, o escultor pôs de parte o martelo e outos instrumentos pesados, e começou a trabalhar com ferramentas mais delicadas, como o cinzel , e por fim, serviu-se dum esmeril para dar acabamento à estátua.
Finalmente, estava na oficina do mestre uma efígie de imaculada alvura, uma figura de jovem esbelta, como os amigos imaginavam as divindades dos bosques e das águas. Tão leve era o aspecto da ninfa que parecia flutuar no ar; parecia antes uma entidade astral.
Porquê?
Por que ele não aceitava ter esculpido a ninfa; ela já estava oculta naquele bloco de mármore, desde o início, e muito antes de ser visível.
Eu, dizia Sócrates, já via a ninfa no dia em que fui buscar o bloco; apenas retirei dele o que a ocultava aos olhos dos que não a podiam ver antes disso; nada acrescentei, somente desbastei o que a encobria, tornando-a visível e tangível.
Do livro PORQUE SOFREMOS de Huberto Rohden
A multidão humana está repleta de seres incrustados em blocos, não de mármore, mas de egoísmo manchado de vícios que, cinzelados à luz da educação moral, podem revelar os mais belos traços de um caráter ilibado, ornamententado de virtudes e dignidades - para o bem de muitos!
Everaldo Reis Teixeira
tremfantastico.blogspot.com
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